Já fiz cosquinha na minha prima só para atazaná-la, já me queimei brincando com vela, já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho e até já brinquei de ser bruxa. Já quis ser astronauta, policial, fazendeira, médica e vendedora. Já me escondi atrás da cortina e esqueci meus pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já fiz guerra de travesseiro com meus primos. Já pulei de "bomba" na piscina. Peguei o atalho errado e continuei andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de brigadeiro, já me cortei fazendo comida. Já chorei ouvindo música no carro. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi na caixa-d'água para ver como é de noite, já subi na árvore para roubar frutas, já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas, já escrevi nas mesas da escola, já chorei no banheiro da escola, já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante e já corri muito pra fugir dos meus primos.
Já fiquei no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só, já vi o por-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de sair de lá, já senti medo do escuro, já fiquei acordada até o amanhecer, já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já levei muitas ovadas na cabeça, já gritei de felicidade, já me apaixonei e consegui que era pra sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama da madrugada e vi a lua virar sol, já chorei por ver amigos partindo, mas logo descobri que chegam novos e, a vida, é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: "Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência. Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Não! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!
Agora, gostaria de dar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: "Experiência? Quem tem, se a todo momento tudo se renova?"
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*Identificação do Texto
A Paráfrase é um gênero textual com característica predominantemente narrativa.
De acordo com Houaiss (2015, p. 704), Paráfrase significa “explicação ou interpretação de um texto com outras palavras”.
Texto produzido nas aulas de Técnica de Redação, na escola Celestin Freinet e na FBS Comunicação (PIBPG), sob orientação do prof. esp. Flávio B. S. Santos.
*Objetivos Desta Produção de Texto
1- Conhecer o gênero textual Paráfrase;
2- Estimular o interesse por este gênero;
3- Estudar as características;
4- Estabelecer semelhanças e diferenças com outras modalidades textuais;
5- Compreender/Interpretar textos de diversos gêneros;
6- identificar e caracterizar a tipologia narrativa;
7- Desenvolver habilidades de escrita;
8- Aplicar os conhecimentos gramaticais treinados até este momento.
FONTE
HOUAISS, Antônio. “Pequeno Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.” 1.ed. São Paulo: Moderna, 2015.
Fonte da imagem: https://images.app.goo.gl/39oUniCJt3FRhZvo8
